Logo mais começa a propaganda politica na TV. E já vou avisando: nós pets vamos ser um forte cabo eleitoral.
Eles chegaram devagarinho, solitários com sua bandeira pela causa animal. Boas estratégias foram usadas. Um vereador fez propaganda sem mostrar o rosto. Estampou um pet simpático e se elegeu. Isso foi há quase 20 anos. Hoje, somos parte da família. Ajudamos a criar um mercado competitivo e sensibilizamos o país e o mundo nos resgates nas enchentes do Rio Grande do Sul. Não sei se todos políticos que fizerem campanha abraçados a um pet com cara de perdido na mudança climática serão confiáveis. Isso cabe ao humano pesquisar e decidir. Mas uma coisa é certa: na próxima eleição vai chover santinho de cachorro.
Não é de hoje que políticos flertam com o mundo animal. Lá atrás, na Roma Antiga, o imperador Calígula era tão apaixonado por seu cavalo – Impetuoso – que o nomeou cônsul da Bitínia – hoje território da Anatólia, na Turquia. É conhecida também a paixão da finada rainha Elizabeth, da Inglaterra, por seus cachorros da raça Corgi — aqueles que andam como se estivessem encolhidos. A Argentina é governada por um “cara de cachorro louco”, que conversa com o espírito de seu pet falecido. Esse e outros artifícios questionáveis foram usados para ele se eleger.
No Brasil, a gente também teve um presidente que preferia cheiro de cavalo, ao de povo. Outro, usou um Golden – justo o cachorro mais boa praça do mundo – pra fazer marketing de que era um cara confiável. Não me faça rir. Só se for lá na Transilvânia. Temer, vou tremer de medo! E teve um ministro que foi demitido por usar o carro oficial para levar a cachorra prenha no veterinário. Entrou para a História como o político que se desculpou, dizendo: “cachorro também é ser humano.
Bem, não chegamos a tanto. Ainda não temos voz – ou seria melhor, latidos? – no Congresso. Mas teve macaco que quase chegou lá. Em 88, uma revista de humor lançou o Macaco Tião para concorrer à Prefeitura do Rio de Janeiro. Foi piada, mas chamou a atenção para os absurdos da política. Hoje temos uma bancada BBB — bala, boi, bíblia — que não está pra brincadeira. Para fazer sombra a eles, sugiro que tutores fiquem espertos e escolham candidatos pra engrossar a turma do BabAU. Pegada, faro, credibilidade e prestígio não nos faltam para fazer política boa pra cachorro.